I - Introdução
Podemos
definir a vegetação como sendo a
cobertura vegetal natural de uma determinada região. A vegetação de uma região
depende muito de outros aspectos da geografia física, como o relevo, o solo e,
principalmente, o clima.
Dos
elementos do clima, aquele que mais interfere no porte e na densidade dos
vegetais é a umidade. Por isso mesmo, podemos classificar a vegetação de acordo
com o hábitat natural do
vegetal em:
a)
higrófilas: são
formações vegetais típicas de regiões úmidas. Possuem folhas largas e perenes
(latifoliadas), para facilitar a transpiração (florestas
tropicais).
b)
xerófilas: aparecem
em regiões de clima seco. Nesse caso, os vegetais se adaptam à falta de chuva,
substituindo as folhas por espinhos, perdendo a folhagem ou cobrindo-a com uma
cera que pode impermeabilizar a folha, evitando a evaporação (cactos e outros
vegetais da caatinga brasileira).
Os
vegetais xerófilos também possuem raízes profundas ou então uma multirradicação
que permite otimizar o aproveitamento da água que infiltra no subsolo.
c)
tropófilas: vegetais
que vivem em climas com alternância de pluviosidade (um período chuvoso e outro
seco). Nesse caso, os vegetais perdem a folhagem na estação seca do ano e são
chamados vegetais caducifólios ou caducos.
I - Vegetação Arbórea
a) Florestas equatoriais
Aparecem em áreas de
clima equatorial. São formações higrófilas, latifoliadas e heteróclitas
(apresentam grande heterogeneidade de espécies). Recobrem cerca de 40% do
território brasileiro, constituíndo uma das mais vastas áreas florestais
contínuas do mundo.
Recebem
várias denominações: latifoliada (folha larga); hiléia, do grego hylaia = “da
floresta” (nome dado por Humboldt); floresta equatorial, por causa do clima
equatorial; floresta-pluvial, em virtude dos elevados índices pluviométricos
que caracterizam as regiões.
Possuem
uma variedade enorme de espécies vegetais e é uma floresta fechada.
b)
Florestas tropicais
Aparecem,
em climas tropicais úmidos e se assemelham bastante às florestas equatoriais.
No Brasil, estão representadas pela mata Atlântica, que ocupa grandes extensões
de terra, desde o Nordeste até o Paraná e alguns trechos de Santa Catarina e
Rio Grande do Sul.
A
mata Atlântica brasileira sofreu grandes desmatamentos, sobretudo em
virtude da penetração da cafeicultura em Minas Gerais e, principalmente, em São
Paulo e no norte do Paraná.
Possui,
em muitos trechos, vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 m de altura,
como perobas, paus-d’alho, figueiras e
cedros.
c)
Florestas temperadas
Aparecem
nos climas temperados menos frios, são bosques de árvores frondosas e
espaçadas, que possuem a propriedade caducifólia de perda da folhagem nas
estações secas ou muito frias. São também chamadas de florestas caducas. A
Floresta de Sherwood da Inglaterra (aquela de Robin Wood) é um exemplo desse
tipo de formação.
Na
figura ao lado pode-se observar a floresta temperada de Ontário no Canadá. As
árvores perdem as folhas no outono para suportar o frio do inverno.
d) Florestas de coníferas
Aparecem em regiões de clima
temperado, nas áreas mais frias, que possuem pelo menos três meses cobertos de
gelo. Possuem árvores espaçadas, com copa em forma de cone e folhas agulhadas
(aciculifoliadas). Possuem poucas espécies diferentes, formando uma floresta
homogênea, como o pinho canadense, por exemplo.
Merece destaque um
tipo de conífera que é a taiga siberiana, pois é considerada
como a formação arbórea mais resistente a climas frios. No hábitat natural da
taiga, o solo fica coberto de neve durante seis meses.
As coníferas são muito cobiçadas,
por causa do aproveitamento da sua madeira, excelente para a fabricação da
celulose vegetal.
No Brasil, a floresta de
coníferas está representada pela “mata de araucária”, também
denominada pinheiro-do-paraná. É encontrada desde o norte do Rio Grande do
Sul até a porção sul do estado de São Paulo, cobrindo porções do planalto
Meridional. Entretanto é no Paraná e em Santa Catarina que essa formação é
encontrada de forma contínua.
Recebe o nome de aciculifoliada
em virtude de suas folhas pontiagudas e de araucária graças à abundância da
conífera araucária angustifólia (nome científico dado ao pinheiro-do-paraná).
Em virtude de altitudes mais
elevadas, da serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais, existem também os
pinheiros.
Essa formação vegetal é
largamente explorada, pois o pinheiro fornece a madeira mole, que é o pinho, de
grande comercialização. Entretanto o seu desmatamento também foi intenso,
exigindo, por conseguinte, uma eficaz fiscalização e incentivos ao
reflorestamento.
e) Mata dos cocais
A área de ocorrência
dos cocais localiza-se entre a floresta Amazônica, a oeste, a caatinga
(vegetação do sertão nordestino), a leste, e o cerrado, ao sul. Localiza-se,
portanto, numa área de transição entre o clima úmido da Amazônia, o clima semiárido
do Nordeste e o clima menos úmido do planalto Central.
Abrange
vastas áreas do Maranhão, Piauí e norte de Goiás, predominando nos trechos de
solos úmidos e dos vales fluviais, como é o caso dos rios Mearim, Parnaíba e
outros da região do meio-Norte.
A
mata dos cocais recebe este nome porque é formada por duas palmeiras: o babaçu
e a carnaúba, que são produtos extrativos importantes para a região.
Dentro da região do meio-Norte,
onde aparece a mata dos cocais, o babaçu fica mais concentrado no Maranhão,
enquanto a carnaúba fica mais concentrada no Piauí.
f)
Matas galerias ou ciliares
As matas galerias
correspondem a pequenas florestas alongadas que se desenvolveram ao longo dos
rios, aproveitando a umidade do solo. São encontradas nas regiões de cerrado,
de campos e mesmo de florestas.
II -Vegetação
Arbustiva
a) Savanas
A
savana é uma formação vegetal formada por arbustos espalhados e com uma
composição gramínea de base. Aparece bordejando as florestas equatoriais, em
climas tropicais típicos, com uma estação seca e outra chuvosa. É o hábitat
natural dos animais de grande porte da África. No Brasil, a savana está
representada pelo cerrado.
b)
Cerrado
Predomina
em quase todo o Brasil Central, parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia
e sul do Maranhão, nas áreas onde o clima apresenta duas estações bem marcadas,
uma seca e outra chuvosa. Além disso, apresenta-se em forma de manchas em
vários pontos do território, como é o caso dos estados de São Paulo e Paraná.
O
cerrado tem sido utilizado pela pecuária há muito tempo. Entretanto, nos
últimos anos, ele tem sido ocupado pela agricultura, com êxito.
c)
Caatinga
Localiza-se na região
de clima semiárido do Nordeste brasileiro e é constituída de vegetais
xerófilos, como é o caso das cactáceas (mandacaru e xique-xique).
Apresenta
grande heterogeneidade quanto ao aspecto e à composição vegetal. Em certos
trechos, forma uma mata rala ou aberta (de caá = “mata” e tinga = “branco”), e
em outros o solo apresenta-se quase a descoberto, possuindo arbustos isolados.
Na
época das secas, as plantas da caatinga perdem suas folhas, o que constitui uma
adaptação das plantas às condições climáticas, fazendo com que a planta diminua
a transpiração e evite, assim, a perda de água armazenada. Basta caírem as
primeiras chuvas no sertão para que a caatinga readquira o verde, quando é
utilizada pela pecuária extensiva e rudimentar.
d)
Complexo do pantanal
Recobre
a planície do pantanal Mato-Grossense. E uma formação vegetal que possui
espécies vegetais da floresta, dos campos, do cerrado e mesmo plantas xerófilas
da caatinga. Constitui importante área de criação de gado, além do extrativismo
vegetal.
e)
Formações litorâneas
Ocorrem
ao longo de todo o litoral brasileiro, apresentando ora vegetação de praias e
dunas, ora vegetação de mangue. A vegetação de
mangue (ou manguezais) é a que se forma nas reentrâncias da costa (baías,
estuários). Por se tratar de uma área com solo salino e deficiente de oxigênio,
pois as marés alcançam tais tipos de áreas, as plantas tiveram que desenvolver
vários dispositivos morfofisiológicos para absorverem o oxigênio. E o caso das
raízes aéreas. São classificadas como halófilos e higrófilos.
III - Vegetação
Herbácea
a)
Campos temperados ou pradarias
Como diz o próprio
nome, tais tipos de formações caracterizam-se pela predominância de gramíneas,
cuja altura varia de 10 a 50 cm, aproximadamente. Além disso, surgem
subarbustos, sendo que os arbustos são mais raros. São formações herbáceas
contínuas e aparecem geralmente em climas temperados, nas áreas de planícies.
Quando
ocorre o predomínio das gramíneas, formam-se os campos limpos; quando ocorrem
os arbustos, formam-se os campos sujos.
No
Brasil, os campos limpos surgem desde o sul do estado de São Paulo até o Rio
Grande do Sul, onde são denominados campos da campanha gaúcha. Ocupam o
planalto Meridional e constituem excelentes áreas para a criação de gado, como
é o caso também dos campos de vacaria, no Mato Grosso do Sul.
b)
Estepes
São
formações herbáceas descontínuas que se caracterizam por apresentar “moitas”
espalhadas de ervas. Aparecem em climas semiáridos, geralmente nas bordas dos
desertos, onde servem para o pastoreio de animais adaptados a estas regiões.
c)
Tundra
Vegetação
rasteira, constituída de musgos e liquens. Aparecem em climas
subpolares, em regiões onde o solo está coberto de neve por, pelo menos, nove
meses. Nos três meses de verão, a tundra nasce e tem um ciclo de vida muito
curto. Serve para o pastoreio de animais das regiões subpolares no período do verão.
Achei bom , mas podia ter atividades
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