Relevo
O relevo terrestre
e submarino se desenha através da ação de vários fatores internos e externos.
Dependendo da força da ação, formam-se vários tipos de relevo, alguns mais
altos, como planaltos e montanhas, e outros mais baixos, como é o caso de planícies
e depressões.
I - Conceitos de Relevo
Relevo – “é o conjunto de formas
presentes na superfície sólida do planeta”. Resulta da estrutura geológica
(fatores internos) e dos processos geomórficos (fatores externos). O primeiro
forma a estrutura do relevo e o segundo esculpe as formas.
II –
Relevo Continental
a) Planície – áreas extensas planas em que
há mais sedimentação que erosão. Áreas chatas e
mais baixas, geralmente, no nível do mar. Porém, podem ficar em
terras altas, como as várzeas de um rio num planalto.
b) Montanha – terrenos bastante elevados,
acima de 300 metros. Podem ser classificadas quanto à origem ou idade.
c)
Depressão – áreas situadas abaixo do nível do mar ou das outras superfícies
planas.
d) Planalto – terras mais altas que o nível
do mar, razoavelmente planas delimitadas por escarpas íngrimes. Há mais erosão
que sedimentação.
III - Relevo submarino
a) Plataforma continental:
Fica abaixo do nível do mar onde aparecem as ilhas continentais ou costeiras,
de origem vulcânica, tectônica ou biológica. Apresenta uma profundidade
razoável, que possibilita a entrada de luz solar e, logo, o desenvolvimento de
vegetação marinha. Com o passar do tempo, as depressões do terreno da
plataforma continental tornam-se bacias sedimentares de grande importância para
a exploração de petróleo no oceano.
b)Talude: É o fim do continente,
onde ocorre o encontro da crosta continental com a crosta oceânica. Tem
profundidade de até 3 mil metros. As fossas marinhas são depressões abissais
que aparecem abaixo do talude, em zonas de encontro de placas tectônicas.
c) Região pelágica: é o relevo submarino
onde encontramos depressões, montanhas tectônicas e vulcanismo. Na região
pelágica, aparecem as ilhas oceânicas que chegam a 6 mil metros abaixo do mar.
IV - Relevo brasileiro
O relevo brasileiro é constituído de
diversas formas, dentre elas, “serras, planaltos, chapadas, depressões,
planícies”, etc., ocasionadas, principalmente, por processos externos, como a
chuva e o vento. No continente, os agentes internos não participaram da
formação do relevo, mas algumas ilhas foram formadas por atividades vulcânicas
no passado.
A estrutura geológica é,
predominantemente, antiga, as mais recentes são da era cenozoica.
O relevo classifica-se em diversas
regiões. Vários autores classificam-no de formas diferentes:
A
classificação de Aroldo de Azevedo: Foi feita em 1949, por isso está um
pouco desatualizada, mesmo assim continua em uso, por três fatores: a
preocupação com um tratamento coerente às unidades do relevo, dando mais valor
a terminologia geomorfológica; a identificação de áreas individualizadas; e a
simplicidade e originalidade. Aroldo dividiu o país em:
·
Planalto das Guianas (região Norte: Amapá, Amazonas, Roraima e Pará)
·
Planalto Central (ao centro)
·
Planalto Atlântico (região leste)
·
Planalto Meridional (região Sul – Paraná e Santa Catarina – e São Paulo)
·
Planície Amazônica (Amazônia)
·
Planície Costeira (litoral)
·
Planície do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul)
A classificação de Aziz N. Ab’Sáber: Em 1962, Aziz dividiu o
relevo brasileiro, utilizando, às vezes, fotografias aéreas. Basicamente, ele
manteve a classificação de Aroldo de Azevedo, fazendo algumas modificações com
base no tipo de alteração (sedimentação ou erosão) predominante. As mudanças
feitas em relação à classificação foram:
·
Planalto Nordestino (parte nordeste do Planalto Atlântico, de Aroldo)
·
Planalto Leste e Sudeste (parte leste e sudeste do Planalto Atlântico)
·
Planalto do Maranhão-Piauí (nos estados do Maranhão e Piauí)
·
Planalto Uruguaio-Sul-Rio-Grandense (no Rio Grande do Sul)
A classificação de Jurandyr L. S. Ross: Divulgada em 1995, usa uma
tecnologia avançada que identifica as verdadeiras dimensões das unidades de
relevo. A Planície Amazônica, por exemplo, reduziu-se a 5% do que era nas
outras classificações e virou Planície do Rio Amazonas. O resto virou
depressões e planaltos. Já o Planalto Central foi dividido e o Meridional e das
Guianas “sumiram”. Ele classificou em três níveis o relevo: o 1º dizia se o
tipo da estrutura (planalto, planície ou depressão); o 2º considerava a
estruturação dos planaltos (ex.: sedimentar, cristalino…); e o 3º dava nome aos
planaltos, planícies e depressões. Agora,
havia 28 unidades geomorfológicas.
Dentre elas, havia a dos 11 planaltos
– com morros, serras, chapadas e cuestas -, com destaque para: o Planalto da
Amazônia Ocidental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos e
Chapadas da Bacia do Parnaíba, e Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste.
Também existia a unidade das 11
depressões – podendo ser periféricas, marginais ou interplanáticas – e a
das 6 planícies, composta pelas
planícies do Rio Araguaia, do Rio Guaporé, da Lagoa dos Patos e Mirim, do
Pantanal Mato-Grossense, do Rio Amazonas.
V - Conclusão
Existem vários tipos de formas na
crosta terrestre. Elas são consequências de ações na superfície terrestre e
muda com o desgaste das áreas mais elevadas e com a deposição de materiais nas
superfícies deprimidas. Ações internas como o terremoto e o vulcanismo também
alteram o relevo. Os seres vivos mudam o terreno escavando-o, degradando-o, ou
fornecendo matéria orgânica. Eles também necessitam do relevo, que é importante
no plantio de certos produtos para os agricultores e, consequentemente, para
toda a sociedade. Cidades litorâneas e turísticas dependem muito do relevo.
Assim como a crosta terrestre sofre
alterações, tendo de se adaptar às mudanças dos seres vivos, o ser humano tem
que se adaptar a Terra e conviver com ela, por isso é importante conhecer o
relevo.
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