Conflitos
regionais e os deserdados da Nova Ordem Mundial
O
sistema mundial moldado pela força das potências e por seus interesses permite
algum equilíbrio e funcionamento nas relações internacionais, mas gera uma
profusão de efeitos colaterais nefastos.
Muitos
Estados nacionais territoriais recentes, surgidos da descolonização (libertados
de uma ordem colonial que os oprimia) se inserem apenas marginalmente nessa
nova ordem e, condenados nesse certo isolamento, tendem a se desagregar, a se
decompor. Frequentemente são vitimados por terríveis conflitos regionais e
internos, cujo índice de mortandade encontra-se entre os mais graves da
história recente da humanidade, como nos exemplos de Ruanda e Serra
Leoa, no continente africano. Desde a Segunda Guerra Mundial, 20 milhões de
pessoas morreram nesses conflitos regionais e guerras civis.
Outros
países ainda procuram se erguer e se reorganizar após terem sido vítimas de
guerras devastadoras, que regionalizavam o confronto entre as superpotências na
ordem mundial anterior. Esse é o caso do Vietnã, país vitimado por uma
longa e destrutiva guerra com os EUA. Guerra, aliás, que serviu para inibir, na
época, o desembaraço da ação geopolítica americana em vista da derrota dos
Estados Unidos. Esse é o caso também do Afeganistão, invadido pela URSS
nos anos 1980. Outro caso a ser notado: a guerra, das mais pavorosas, entre Irã
e Iraque, na qual o papel das potências do mundo ocidental (EUA à frente) não
pode ser negligenciado, pois armaram e tornaram poderoso Saddam Hussein, o
mesmo que recentemente ameaçava a paz mundial, segundo a alegação dos EUA.
Outros exemplos podem ser lembrados, e muitos ainda estão sangrando a despeito
do equilíbrio “civilizado” que mantém a ordem mundial. Uma ordem mundial que
tem vários deserdados.
Conflito em Ruanda
Ruanda
é um país marcado pelos conflitos entre dois grupos étnicos: hutus (90%
da população) e tutsis (9%). Durante o processo de colonização feito
pela Bélgica, os tutsis, mesmo sendo minoria, foram os escolhidos pelo poder
colonial para governar o país. A maioria hutu ficou excluída do processo
socioeconômico. No entanto, em 1959, os hutus se revoltaram com a condição em
que estavam e assumiram o poder em 1961. Esse fato proporcionou o início da
perseguição aos tutsis, que se agravou em 1994 com a morte dos presidentes de
Ruanda e Burundi. Conforme dados da ONU, o genocídio no país provocou a
morte de aproximadamente 1 milhão de ruandeses, sendo que 90% das vítimas eram
de origem tutsi.
Além
dos constantes conflitos étnicos, os habitantes sofrem com vários problemas
socioeconômicos. Mais de 57% dos ruandeses vivem abaixo da linha de pobreza, ou
seja, com menos de 1,25 dólar por dia; a subnutrição atinge 40% da população; a
taxa de mortalidade infantil é de 97 óbitos a cada mil nascidos vivos; o
índice de analfabetismo é de 35% e os serviços de saneamento
ambiental são proporcionados para apenas 22% das residências.
A
economia nacional é pouco desenvolvida, sendo a agricultura responsável por
empregar a maioria dos habitantes – 90% da força de trabalho. Os principais
cultivos são: banana, mandioca, feijão, sorgo e, principalmente, chá e café,
que são os produtos de exportação. A indústria baseia-se nos seguintes
segmentos: têxtil, alimentícia, bebidas, tabaco e petroquímica.
Conflito em Serra Leoa
O
país passou por uma série de conflitos internos, a década de 1990 foi marcada
pela guerra entre o governo e a Frente Revolucionária Unida (RFU), tanto o
governo quanto o grupo revolucionário obtinha armamentos através de traficantes
de armas, que recebiam como pagamento pelas mercadorias os diamantes extraídos
do solo de Serra Leoa. As consequências dos conflitos foram desastrosas para a
população civil, estima-se que mais de 50 mil civis tenham morrido durante a
guerra no país.
O
acordo de paz entre o governo e a Frente Revolucionária Unida (RUF) ocorreu no
ano de 2001, houve a presença no país de tropas da Organização das Nações
Unidas (ONU), para assegurar o processo de pacificação no território.
Os
problemas sociais e econômicos em Serra Leoa fazem com que o país apresente um
dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial.
http://profeassorasdegeografiaceejaavare.blogspot.com.br/2014/10/geopolitica.html
Sugestão de filmes
·
Diamante de Sangue (no
original em inglês, Blood Diamond) é um filme americano de 2006 realizado e
co-produzido por Edward Zwick, baseado na guerra civil da Serra Leoa na década
de 1990.
·
Hotel Rwanda (no
Brasil e em Portugal, Hotel Ruanda) é um filme de 2004 dirigido por Terry
George e estrelado por Don Cheadle, Nick Nolte, Joaquin Phoenix, Desmond Dube e
Sophie Okonedo1 . O filme é uma coprodução da Itália, Reino Unido e África do
Sul, e relata a história real de Paul Rusesabagina, que foi capaz de salvar a
vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994. Logo depois das
primeiras exibições, sua história foi imediatamente comparada com a de Oskar
Schindler.
·
Lord of War (no
Brasil, O Senhor das Armas; em Portugal, O Senhor da Guerra) é um filme
americano de 2005, um drama escrito e dirigido por Andrew Niccol. O personagem
Yuri Orlov vivido pelo ator Nicolas Cage no filme é baseado no traficante de
armas Viktor Bout.
Os deserdados da nova
ordem mundial F.1/1
Vai toma no cu
ResponderExcluircala a boca mongo do karai kid
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito obrigado entendi a matéria
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